sexta-feira, 8 de abril de 2011

PORTUGUÊS

Acentuação tônica

Oxítona? Paroxítona? Proparoxítona?

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
A palavra "possível" tem três sílabas: pos-sí-vel. Ao lermos a palavra, colocamos maior força na sílaba "sí". Ou seja, acentuamos - no sentido de que a destacamos, enfatizamos, sonoramente - esta sílaba. Ela é, portanto, a sílaba tônica da palavra, pois é sobre ela que recai o acento da fala.

Já as duas outras sílabas "pos" e "vel" são chamadas de átonas, pois são pronunciadas com menor intensidade do que a tônica. Vamos ver outros exemplos, em que destacaremos as sílabas tônicas:

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Como você pôde ver nos seis exemplos apresentados, a sílaba tônica existe sempre, mas nem sempre ela é marcada pelo acento gráfico. Existem regras de acentuação gráfica, que estabelecem quando uma sílaba é ou não acentuada graficamente. Para entendê-las, você precisa saber que existe uma classificação das palavras de acordo com a posição da sílaba tônica.

Palavras com duas ou mais sílabas

Em Parati, a tônica é a última sílaba da palavra. Em qua-dro, é a penúltima. Em pás-sa-ro, é a antepenúltima. Pois bem:

1) As palavras cuja acentuação tônica recaem na última sílaba, chamam-se oxítonas.

Exemplos:
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2) As palavras que têm acentuação na penúltima sílaba, chamam-se paroxítonas e são as de maior número em língua portuguesa.

Exemplos:
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3) Finalmente, as palavras acentuadas na antepenúltima sílaba chamam-se proparoxítonas.

Exemplos:
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Monossílabos ou palavras com uma única sílaba

São muitas as palavras formadas por uma única sílaba, e elas também podem ser tônicas ou átonas, de acordo com a intensidade com que são pronunciadas em uma frase.

Pronunciado fracamente, o monossílabo átono, na prática, se junta à palavra que vem antes ou depois dele.

Exemplo: Esse é um problema de cada um de nós.

Note que os dois "de" quase são pronunciados como se fosse um "di" e forma uma espécie de sílaba átona da palavra anterior: "dicada" e "dinós" (as tônicas estão em negrito).

Na mesma frase, entretanto, encontramos monossílabos tônicos: "é" e "nós", cuja pronúncia é fortemente marcada.

Aspas

Como utilizar esse recurso gráfico

Sueli de Britto Salles
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Muitas vezes estamos redigindo algo e usamos uma expressão em sentido figurado, irônico. Queremos que o leitor perceba nossa intenção e, para isso, vamos colocando as palavras entre aspas. Mas será que isso sempre cai bem nos diferentes tipos de textos? Para responder essa questão, precisamos primeiro identificar quando e como esses sinais gráficos devem ser usados.
As aspas são usadas sempre em pares, uma no início e outra no fim do termo destacado. De modo geral, elas são usadas nas seguintes situações:
1- assinalar palavra ou trecho citado ou transcrito
Isso ocorre muito em jornais ou revistas, indicando expressões ou frases ditas por entrevistados, como no exemplo:
“Para mim, 2011 começou hoje, e nos focamos em aprender o máximo sobre os novos pneus”, falou o alemão, que volta a treinar hoje.
Também é possível usar aspas nos trabalhos escolares, marcando um trecho que foi copiado exatamente do modo como estava no texto pesquisado. Nesse caso, o recurso gráfico indica que o trecho pertence a outro autor, por isso, a ausência de aspas caracteriza apropriação indevida do texto alheio, ou seja, crime de plágio.
Em transcrições com mais de um parágrafo, colocam-se aspas no começo de cada parágrafo, mas apenas no final do último.
Quando houver aspas no trecho que está sendo copiado (citado), usam-se aspas simples (‘ ‘) na citação interna, diferenciando-a da citação maior:
O autor afirma que “por pressão da direita conservadora,  a ‘generosidade natalina’ norte-americana excluiu os países pobres de certos programas de benefícios”.
Quanto à pontuação, ficará dentro das aspas se a frase estiver completa; se o trecho entre aspas estiver dentro de outro período, o ponto ficará fora. Exemplos:
“Ele já está recuperado.”
O técnico afirmou que “Ronaldo vai jogar”.
2- indicar nomes de publicações (científicas, literárias, da mídia) ou de obras artísticas
Também se incluem aqui outros  tipos de títulos, como de artigo de jornal, crônica, de revista, capítulo de livro.
Vejamos um exemplo:
 No artigo “Patrulhas sexuais”, Nelson Mota critica o moralismo norte-americano.
 3- assinalar o uso de palavras que fogem ao uso convencional, como jargões profissionais, gírias, palavras com erros gramaticais, expressões estrangeiras
Exemplo de uso:
Os garotos classificaram o novo jogo como “irado” e muito “fashion”.
Excluem-se os termos estrangeiros já incorporados e as palavras aportuguesadas.
4- destacar expressões sendo mencionadas e não usadas (no futebol, o termo “chapéu” pode significar um tipo de drible) ou com sentido especial, como indicando ironia
Vale lembrar que a ironia não é indicada para textos dissertativos, nos quais se deve evitar o uso de aspas indicadoras de sentidos especiais.
Já nas crônicas ou em artigos de opinião de jornal, a ironia é bem comum.  Veja, abaixo,  em um fragmento do artigo “Patrulhas sexuais”, de Nelson Motta, um exemplo disso:
Os Estados Unidos cancelaram uma doação de US$ 48 milhões para os programas brasileiros de combate à Aids porque nosso governo se recusou a excluir as prostitutas dos programas de prevenção e tratamento como queriam os americanos, que, na era Bush, fazem uma espécie de "seleção moral" para a sua "generosidade". Para eles, quem vive de alugar seu corpo, sua companhia e seus serviços sexuais não merece ajuda para sobreviver à doença mortal.  
Assim, as aspas possuem grande utilidade e podem aparecer nos mais diferentes tipos de textos, desde os científicos (em citações, indicações de palavras com sentido técnico, nomes de publicações...) até os mais descontraídos, como as crônicas (na marcação de ironias e demais sentidos figurados).  Porém, como qualquer outro recurso gráfico, precisam ser usadas de modo preciso e bem dosado, evitando poluir a estética e prejudicar a clareza do texto.

Advérbio

Conheça essa classe de palavras

Patrícia Cordeiro Sbrogio*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Advérbio é a palavra que modifica o verbo, exprimindo a circunstância da ação verbal (tempo, modo, intensidade, etc.). Alguns advérbios podem modificar um adjetivo ou outro advérbio. Exemplos:

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Algumas vezes, o advérbio é representado por duas ou mais palavras. Nesse caso, recebe o nome de locução adverbial. Veja alguns exemplos de locuções adverbiais: à direita, à esquerda, à frente, à vontade, em vão, por acaso, frente a frente, de maneira alguma, de manhã, de súbito, de propósito, de repente, etc.

Classificação dos advérbios

Os advérbios e as locuções adverbiais são classificados de acordo com o seu valor semântico, isto é, com a circunstância que expressam. Observe a classificação de alguns advérbios e locuções adverbiais:

Classificação
Advérbios e locuções adverbiais
Tempoagora, hoje, ontem, cedo, tarde, à tarde, à noite, já, no dia seguinte, amanhã, de manhã, jamais, nunca, sempre, antes, breve, de repente, de vez em quando, às vezes, imediatamente, etc.
Lugaraqui, ali, aí, lá, cá, acolá, perto, longe, abaixo, acima, dentro, fora, além, adiante, distante, em cima, ao lado, à direita, à esquerda, em algum lugar, atrás, etc.
Modobem, mal, assim, pior, melhor, depressa, devagar, à toa, às pressas, à vontade, rapidamente, calmamente, infelizmente (e a maioria dos advérbios terminados em -mente), etc.
Negaçãonão, absolutamente, tampouco, nunca, de modo algum, de forma alguma, etc.
Afirmaçãosim, realmente, deveras, certamente, sem dúvida, efetivamente, com certeza, de fato, etc.
Intensidademuito, pouco, bastante, suficiente, demais, mais, menos, tão, etc.
Dúvidatalvez, possivelmente, provavelmente, quiçá, etc.
Interrogaçãoonde, quando, como, etc.

Grau do advérbio

Os advérbios são considerados palavras invariáveis, pois não sofrem flexão de gênero e de número. No entanto, alguns advérbios sofrem flexão de grau como os adjetivos. Observe:

Grau comparativo:
  • de igualdade: na formação do comparativo de igualdade, utilizamos o tão antes do advérbio e o como ou quanto depois.
    Exemplo: Os alunos chegaram tão cedo quanto os professores.

  • de superioridade: na formação do comparativo de superioridade, utilizamos o mais antes do advérbio e o que ou do que depois.
    Exemplo: Os alunos chegaram mais cedo do que os professores.

  • de inferioridade: na formação do comparativo de inferioridade, utilizamos o menos antes do advérbio e o que ou do que depois. Exemplo: Os alunos chegaram menos cedo do que os professores.

    Grau superlativo: O grau superlativo dos advérbios pode ser analítico ou sintético.

  • Analítico: é formado com auxilio de um advérbio de intensidade.
    Exemplo: Cheguei muito cedo à escola ontem.

  • Sintético: é formado pelo acréscimo do sufixo ao advérbio.
    Exemplo: Cheguei cedíssimo à escola ontem.

    Os advérbios bem e mal admitem as formas de comparativo de superioridade sintéticas, melhor e pior, respectivamente.

  • Ambiguidade

    Evite-a para fazer uma boa redação

    Nilma Guimarães*
    Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
    A ambiguidade é um dos problemas que podem ser evitados na redação. Ela surge quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido, comprometendo a compreensão do conteúdo. Isso pode suscitar dúvidas no leitor e levá-lo a conclusões equivocadas na interpretação do texto.

    A inadequação ou a má colocação de elementos como pronomes, adjuntos adverbiais, expressões e até mesmo enunciados inteiros podem acarretar em duplo sentido, comprometendo a clareza do texto. Observe os exemplos que seguem:

  • "O professor falou com o aluno parado na sala"
    Neste caso, a ambiguidade decorre da má construção sintática deste enunciado. Quem estava parado na sala? O aluno ou o professor? A solução é, mais uma vez, colocar "parado na sala" logo ao lado do termo a que se refere: "Parado na sala, o professor falou com o aluno"; ou "O professor falou com o aluno, que estava parado na sala".

  • "A polícia cercou o ladrão do banco na rua Santos."
    O banco ficava na rua Santos, ou a polícia cercou o ladrão nessa rua? A ambiguidade resulta da má colocação do adjunto adverbial. Para evitar isso, coloque "na rua Santos" mais perto do núcleo de sentido a que se refere: Na rua Santos, a polícia cercou o ladrão; ou A polícia cercou o ladrão do banco que localiza-se na rua Santos"

  • "Pessoas que consomem bebidas alcoólicas com frequência apresentam sintomas de irritabilidade e depressão."

    Mais uma vez a duplicidade de sentido é provocada pela má colocação do adjunto adverbial. Assim, pode-se entender que "As pessoas que, com frequência, consomem bebidas alcoólicas apresentam sintomas de irritabilidade e depressão" ou que "As pessoas que consomem bebidas alcoólicas apresentam, com frequência, sintomas de irritabilidade e depressão".

    Uma das estratégias para evitar esses problemas é revisar os textos. Uma redação de boa qualidade depende muito do domínio dos mecanismos de construção da textualidade e da capacidade de se colocar na posição do leitor.

    Ambiguidade como recurso estilístico

    Em certos casos, a ambiguidade pode se transformar num importante recurso estilístico na construção do sentido do texto. O apelo a esse recurso pode ser fundamental para provocar o efeito polissêmico do texto. Os textos literários, de maneira geral (como romances, poemas ou crônicas), são textos com predomínio da linguagem conotativa (figurada). Nesse caso, o caráter metafórico pode derivar do emprego deliberado da ambiguidade.

    Podemos verificar a presença da ambiguidade como recurso literário analisando a letra da canção "Jack Soul Brasileiro", do compositor Lenine.

    Já que sou brasileiro
    E que o som do pandeiro é certeiro e tem direção
    Já que subi nesse ringue
    E o país do suingue é o país da contradição
    Eu canto pro rei da levada
    Na lei da embolada, na língua da percussão
    A dança, a muganga, o dengo
    A ginga do mamulengo
    O charme dessa nação
    (...)

    Caso queira ouvir a canção basta clicar em .

    Podemos observar que o primeiro verso ("Já que sou brasileiro") permite até três interpretações diferentes. A primeira delas corresponde ao sentido literal do texto, em que o poeta afirma-se como brasileiro de fato. A segunda interpretação permite pensar em uma referência ao cantor e compositor Jackson do Pandeiro - o "Zé Jack" -, um dos maiores ritmistas de todos os tempos, considerado um ícone da história da música popular brasileira, de quem Lenine se diz seguidor. A terceira leitura para esse verso seria a referência à "soul music" norte-americana, que teve grande influência na música brasileira a partir da década de 1960.

    O recurso à ambiguidade no texto publicitário

    Na publicidade, é possível observar o "uso e o abuso" da linguagem plurissignificante, por meio dos trocadilhos e jogos de palavras. Esse procedimento visa chamar a atenção do interlocutor para a mensagem. Para entender melhor, vamos analisar a seguir um anúncio publicitário, veiculado por várias revistas importantes.

    Sempre presente
    Ferracini Calçados

    O slogan "Sempre presente" pode apresentar, de início, duas leituras possíveis: o calçado Ferracini é sempre uma boa opção para presentear alguém; ou, ainda, o calçado Ferracini está sempre presente em qualquer ocasião, já que, supõe-se, pode ser usado no dia a dia ou em uma ocasião especial.

    Se você não se julga ainda preparado para uma utilização estilística da ambiguidade, prefira uma linguagem mais objetiva. Procure empregar vocábulos ou expressões que sejam mais adequadas às finalidades do seu texto.

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